terça-feira, 30 de agosto de 2011

ICA - INDICADORES CONJUNTURAIS ALVINOPOLITANO

MÊS DE JULHO 2011

Jucirlei A. Martins Nazário – Economista - SEMPRE Soluções em Projetos & Estudos
Chefe de Desenvolvimento Rural da PMA e Gestor do DRS Banco do Brasil
Marcos José Ferreira – Economista – Secretário de Desenvolvimento da PMA


Evolução dos Custos da Cesta Básica Ampla Alvin (CBA/Alvin
Sabendo da relevância do custo da cesta básica consumida por parcela significativa da população alvinopolitana e das mudanças nos hábitos de consumo em relação à renda recebida pelo trabalhador, faz-se necessário o seu levantamento e acompanhamento mensal, para que possamos analisar o quanto a população tem despendido de sua renda somente com produtos de primeira necessidade. Neste sentido, optamos pela análise da CBA Alvin que é composta por 45 produtos divididos entre grupos Alimentares (In Natura, Elaboração Primária e Industrializados), Limpeza doméstica e Higiene pessoal, agrupados segundo a estrutura de mercado, competitiva para Alimentos e concorrência monopolística para Limpeza Doméstica e Higiene pessoal, cuja estrutura é análoga a da Cesta Básica Ampla calculada pelo IPEAD-UFMG para Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
No mês de julho de 2011, o custo médio da CBA Alvin registrou em R$ 402,00, registrando queda de -1,97% em relação ao mês anterior e a quarta queda consecutiva. Entre os seis estabelecimentos pesquisados, foram registrados os seguintes custos, R$ 408,41, R$ 400,85, R$ 402,61, R$ 403,37, R$ 408,95 e R$ 387,84, que variaram em 1,59%, -0,29%, 0,15%, 0,34%, 1,73% e -3,52% em relação ao custo médio da CBA Alvin (R$ 402,00). Necessitando portanto por parte do consumidor, pesquisar antes de realizar a aquisição mensal de sua cesta básica, fazendo uma listagem comparativa dos preços entre vários estabelecimentos.
Entre os seis estabelecimentos, os grupos Alimentares registraram os seguintes custos, R$ 353,31, R$ 351,25, R$ 352,97, R$ 347,00, R$ 360,83 e R$ 338,29, apresentaram variação de 0,77%, 0,18%, 0,67%, -1,03%, 2,91% e -3,51% em relação ao seu custo médio (R$ 350,61) respectivamente. Os subgrupos In natura cujos custos foram de R$ 68,34, R$, 70,43, R$ 63,93, R$ 78,72, R$ 73,25 e R$ 64,25, registraram variação de -2,12%, 0,88%, -8,44%, 12,75%, 4,90% e -7,97% em relação ao seu custo médio (R$ 69,82) respectivamente. Os subgrupos De Elaboração Primária que registraram custos de R$ 163,32, R$ 157,68, R$ 163,78, R$ 142,13, R$ 160,18 e R$ 149,81 registraram variação de 4,59%, 0,98%, 4,89%, -8,98%, 2,58% e -4,06% em relação ao seu custo médio (R$ 156,15) respectivamente. Já os subgrupos de Industrializados que apresentaram custos de R$ 121,65, R$ 123,13, R$ 125,26, R$ 126,15, R$ 127,40 e R$ 124,23, registraram variação de -2,40%, -1,21%, 0,50%, 1,21%, 2,22% e -0,33% em relação ao seu custo médio (R$ 124,64) respectivamente.
Os grupos de Limpeza Doméstica que registraram custos de R$ 32,40, R$ 28,82, R$ 29,58, R$ 33,99, R$ 27,76 e R$ 27,19, apresentaram variação de 8,16%, -3,79%, -1,26%, 13,46%, -7,33% e -9,24% em relação ao seu custo médio (R$ 29,96) respectivamente.
Os grupos de Higiene Pessoal que registraram custos de R$ 22,70, R$ 20,78, R$ 20,06, R$ 22,38, R$ 20,36 e R$ 22,36, apresentaram variação de 5,88%, -3,08%, -6,44, 4,38%, -5,04% e 4,29% em relação ao seu custo médio (R$ 21,44) respectivamente. Entretanto, o grupo que apresentou grandes variações foi mesmo o de produtos em In natura, isto pode ocorrer pelo fato de estarem sujeitos a mudanças climáticas e a mudanças de estações, dificuldades para estocagem em período de alta produção, ser produtos com baixo ou nenhum grau de agregação de valor e por serem altamente perecíveis. Isto nos mostra a grande necessidade de produzirmos e aumentarmos a produção dos alimentos que consumimos, buscando sempre agregarmos valor aos nossos produtos com melhores técnicas produtivas, desde a produção até a comercialização e consumo dos produtos.
No mês de julho de 2011, o trabalhador alvinopolitano que possuiu uma renda liquida mensal de R$ 501,40* teve que desembolsar 80,17% de sua renda mensal liquida para adquirir a CBA Alvin de R$ 402,00, restando lhe apenas R$ 99,40 para o pagamento de suas outras despesas básicas, necessitando de uma maior complementação de renda.
Comparativamente ao longo do tempo, o trabalhador alvinopolitano obteve um ganho relativo de seu poder de compra. Isto pode ser observado quando se compara o Salário mínimo liquido do mês de julho de 2011 (R$ 501,40) em relação ao do mês de abril de 2005 (R$ 239,20) registrando um crescimento de 109,61%, enquanto o custo da CBA Alvin do mês de abril de 2005 (R$ 304,30) registrou crescimento de 32,11%. Observa-se que em abril de 2005, custo da CBA Alvin (R$ 304,30) registrava-se com valor 27,22% acima do Salário mínimo liquido (R$ 239,20), enquanto o custo da CBA Alvin (R$ 402,00) de julho de 2011 registrou valor -19,82% abaixo do Salário mínimo liquido (R$ 501,40). Registra-se ainda, que durante os meses de abril, maio, junho e julho de 2011, quando os custos da CBA Alvin estavam em R$ 421,07, R$ 415,57, R$ 410,08 e R$ 402,00, este diferencial registrou-se em -16,02%, -17,12%, -18,21% e -19,82% abaixo do salário mínimo respectivamente, demonstrando assim um relativo aumento de poder de compra do salário mínimo liquido recebido pelo trabalhador alvinopolitano.
*Valor após dedução de 8% da Previdência Social sobre o Salário mínimo.

Evolução dos Preços Médios do Leite e Derivados, Insumos Agrícolas e Produção de Origem Florestal

A atividade agropecuária e a de produção de origem florestal são duas atividades de grande importância econômica e social no desenvolvimento de Alvinópolis, pois são responsáveis pela produção do gado leiteiro e corte, produção de alimentos, produção florestal destinada significativamente a produção de carvão gerando vários postos de trabalho, arrecadação de tributos, tendo o trabalho familiar como principal modo organizacional de produção. Por isso, o acompanhamento de seus preços realizados pelo ICA e Secretária de Desenvolvimento da Prefeitura M. de Alvinópolis é de grande importância para que conheçamos com mais detalhes o comportamento dos agentes econômicos e sociais. Para que possamos desenvolver projetos e políticas públicas que aumentam a produtividade de tudo que estas atividades produzam e comercializam, proporcionando melhor qualidade de vida para os produtores e consumidores.
Estes produtos são os que envolvem um processo organizacional maior, grande volume de produção e comercialização, porém há outros produtos que poderão entrar neste processo futuramente. No caso da produção leiteira e do carvão vegetal, quanto maior é o nível de agregação de valor do produto, maior a rentabilidade, menores os riscos de perdas e variações de preços do mercado, como pode comparar a evolução dos preços do leite In natura, seus Derivados e carvão vegetal In natura. Pois, são mercados oligopolizados com existência de grandes Siderúrgicas e Laticínios com relativo poder de mercado, tornando-os capazes de influenciar o preço de oferta e demanda de seus insumos, já que é um mercado onde existem vários produtores menores desarticulados (Produtores Familiares) e poucos grandes consumidores (Siderúrgicas e Laticínios).
No mês de maio de 2011foram registrados os seguintes preços do leite In natura pago ao produtor pelos Laticínios Itambé (R$ 0,75 preço mínimo e R$ 0,95 preço com inclusão do preço por parâmetro de qualidade), Porto Alegre (R$ 0,76) e Chapada (R$ 0,88), variando em 7,14%, 11,76%, 8,57% e 14,29% respectivamente quando comparados com anterior. O preço pago ao produtor pela Itambé, por melhoramentos na qualidade do leite, registrou em R$ 0,17, permanecendo estável em relação ao anterior, entretanto, não foi possível fazer a analise dos meses de junho e julho por algumas dificuldades, mas sempre que possível estaremos apresentando estes preços.
No mês de julho o preço do carvão vegetal produzido por reflorestamento vendido para as Siderúrgicas tem permanecido relativamente estável quando comparado com mês anterior, registrando um valor médio de R$ 112,50 o metro cúbico, enquanto que durante o mês de junho seu preço médio ficou em R$ 117,50, registrando uma queda de -4,26%, lembrando que estes preços são determinados pelas principais indústrias siderúrgicas da região do Médio Piracicaba e que em outras regiões estes preços sofrem outras variações . O preço da madeira em In natura para queima registrou-se relativamente estável, em torno de R$ 40,00 o metro estério e o preço médio do Eucalipto tratado e vendido para uso em fabricação e manutenção de cercas, registrou-se preço médio de R$ 5,70.
Já os preços dos principais insumos agrícolas vendidos ao produtor rural registraram as seguintes variações que merecem destaque: Cloreto de potássio, que registrou aumento de 20,61% e o preço do milho e farelo de soja que registraram quedas de -10,08% e -8,89% respectivamente.
Portanto, merece sempre lembrar que é de grande importância para o produtor buscar sempre meios para qualificação profissional e com isso elevar o nível de agregação de valor aos seus produtos. Possibilitando-o melhorar a qualidade de seus produtos, controlar sua produção e equilibrar melhor os preços de seus produtos.

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